Zazen é a prática e a realização, é o portão principal do Caminho dos Budas e é também chamada de a prática essencial do Zen. Za significa sentar e Zen significa dhyana que é um estado contemplativo profundo que traduzimos comumente como meditação. Mesmo assim, Mestre Dogen nos alerta que “Zazen não é meditação passo a passo” enquanto Monja Coen Roshi nos ensina que talvez a palavra meditação não seja a mais adequada para o Zazen já que “o verbo meditar é transitivo direto, ou seja, requer um objeto. (…)Enquanto que o Zen é intransitivo. Não há objeto de meditação. Até o sujeito desaparece.”

Então, sem nenhuma intenção ou objeto de meditação e sem buscar coisa alguma, nos sentamos com as costas eretas e de frente para a parede, em uma almofada ou banquinho de meditação, ou também em uma cadeira. Com as orelhas alinhadas com os ombros e o nariz alinhado com o umbigo, mantemos a boca fechada e os olhos entreabertos pousados à nossa frente. As mãos são colocadas em mudra cósmico, enquanto a língua é colocada no céu da boca, atrás dos dentes da frente. Respiramos naturalmente.

Um local tranquilo, nem muito quente e nem muito frio, nem muito claro ou muito escuro, é onde nos sentamos em Zazen. Percebemos nossa respiração, nossos olhos veem, as narinas cheiram e os ouvidos escutam, percebemos pensamentos, memórias e emoções. Sentados imóveis, firmes como uma rocha, indo além do pensar e do não pensar, como Buda sentado embaixo da árvore ou Bodaidaruma sentado de frente para a parede.